domingo, 18 de julho de 2010

Copa do Mundo 4

Duas semanas atrás escrevi pela última vez! Logo eu que vivo escrevendo o que passa pela minha cabeça em guardanapo, no celular, no Moleskine e em qualquer lugar.

De lá para cá andei empurrando com a barriga um texto sobre a Copa da África para fechar minha sequência de posts sobre o assunto.

Queria citar Bill Shankly, técnico do Liverpool nos anos 60, com sua pérola "Algumas pessoas acreditam que futebol é questão de vida ou morte. Fico muito decepcionado com essa atitude. Posso garantir que futebol é muito, muito mais importante." queria lembrar Pelé e Ronaldo quando pararam guerras-civis, falar da Igreja Maradoniana na Argentina e do Milagre de Berna que transformou a Alemanha em 1954.


Tudo isso para retratar a magia do futebol, seu poder de transformação e influência, e de como essa força pode ajudar a África e também claro, a vencedora, Espanha. Aliás, ambas precisam de um belo empurrãozinho, seria bom para o mundo todo, tão conectado! E para fechar, já nos acréscimos, recomendaria ver o trailer do longa chamado PELADA sobre a essência do futebol, e ler o ótimo texto do Bruno Natal que resume perfeitamente o que foi a Copa da África (esse talvez o texto que eu realmente queria ter escrito).


Enfim, era para ser, não foi e agora está sendo, escrevi... Ufa!

domingo, 4 de julho de 2010

Copa do Mundo 3

Quarenta e oito horas atrás começava o nosso calvário na Copa, e com a derrota guardei a camisa e chorei, simples assim.

Preferi não escrever nada logo após o jogo, queria deixar a profunda tristeza de lado, não sair buscando culpados, não jogar os enfeites Holandeses de porcelana da Vivian pela janela ou acusar outro amigo, companheiro de Copa, de pé-frio.

Ontem com a eliminação da Argentina a tristeza pareceu ser menos dolorosa e agora chegou a hora de escrever, de refletir sobre o que aconteceu com a nossa Seleção e o que podemos levar dessa derrota.

Me junto aos diversos críticos que atribuíram a derrota ao descontrole emocional, é a única explicação plausível para a mudança de um primeiro tempo brilhante para um segundo tempo patético. E no dia da derrota, quando passei incontáveis horas imóvel no sofá, vivendo minha depressão verde-e-amarela, vi na entrevista de Phillipp Lahm, lateral Alemão, a seguinte frase sobre os Argentinos "Eles são muito emocionais..." Seria essa nossa fraqueza também?

Quantos repórteres falaram que esse mundial terminaria como uma decisão da Copa América? E de um dia para outro o Uruguai é o nosso único representante. Seríamos mais frágeis por sermos emocionais? Por viver a euforia da vitória na mesma intensidade que a melancolia da derrota, seríamos então bipolares futebolisticamente?

Os narradores Venezuelanos transmitindo o primeiro tempo da nossa Seleção diziam após a linda jogada de Robinho, Luis Fabiano e o chute de Kaká defendido pelo goleiro "Foi a jogada mais linda de toda a Copa" e no segundo tempo, quando perdíamos de 2 a 1 e quase levávamos o terceiro comentavam "Essa seleção está cheia de jogadores que nunca poderiam estar em uma Copa do Mundo."

Controlar esse espírito torcedor, essa paixão, que sentimos quando vemos onze amarelinhas entrando em campo é impossível, precisamos de mais de dois dias para conseguir "aterrisar" e pensar. Quando a Seleção está jogando somos coração puro, então me pergunto:

Seria essa a causa da nossa derrota?

Ou essa paixão é a explicação de tantas outras vitórias?