quarta-feira, 14 de abril de 2010

Tocar? E pode?!

Um dos meus blogs favoritos é o do Peter Bregman que escreve na Harvard Business Review. Bregman tem sido genial em falar sobre liderança do ponto de vista mais humano que há. Suas metáforas são sempre experiências como pai de duas pequenas meninas, traçando paralelos com o esporte ou com o dia-da-dia da vida comum. Escreve de uma maneira simples, objetiva e prazerosa de ler, fugindo sempre dos cases da Forbes 500, das listas de bullets ou números para passar sua mensagem, o que é raro hoje em dia no mundo dos negócios.

Estou aqui enchendo a bola do Bregman, pela primeira vez escrevo sobre ele, mas depois dessa introdução confesso, estou escrevendo para criticar seu último post! Caramba, nunca falei bem em tantas bolas dentro que ele deu, e na primeira fora, já vem a crítica?! Asi es...

Bregman no seu útlimo post fala sobre a importância do toque, do contato físico, para nós humanos. Fala do poder de comunicar, de transmitir confiança, apoio e de motivar as pessoas que tem um tapinha nas costas. Então me pergunto: será que alguém não sabia disso? Não entendo!

Conheço bastante a cultura americana, mas não estamos falando de uma técnica de motivação, algo que os gerentes devem usar, mas com cuidado, sem "pegar muito" porque se não o que poderia dizer o RH? (Cuidado para não gerar mais um dos milhões de casos de harassment!) Estamos falando de seres humanos, e da maneira que o tema é proposto é capaz das empresas começarem a preparar (se é que já não prepararam?) "Política de contato físico no ambiente laboral"... O RH fará o draft, que será discutido em duas reuniões do Comitê Executivo, e depois quando aprovada pelo CEO será colocada na Intranet para consulta de todos os colaboradores.


Como disse, entendo perfeitamente o que faz o autor abordar o contato físico dessa maneira, e por isso quem sabe o que escrevo não seja nem uma crítica mas talvez uma constatação, porém não deixo de me assombrar com a maneira desumana que hoje se faz negócios. E em questões de liderança existe uma linha tênue entre o que é técnica e o que é humano. Então, ao invés de sair pegando em todo mundo da sua equipe, que tal colocá-los como prioridade na sua agenda deixando aquela reunião com a agência de publicidade em segundo plano?! Usando uma frase que aprendi na London Business School: Leadership is about being more of yourself, more skilfully. Conhecer algumas técnicas é importante, mas o que você é não se ensina, e isso é o mais importante em liderar um grupo de seres humanos.

O bom, é que a ficha já caiu, e quem quiser sobreviver na seleção natural do mundo corporativo tem que entender essa mudança!

Nenhum comentário:

Postar um comentário