sábado, 16 de janeiro de 2010

Resiliência tá na moda?!

Recentemente no portal da HSM Global, Jamil Albuquerque e Leonardo Grapeia, em dois artigos diferentes escreveram sobre o valor da resiliência para executivos no mundo dos negócios. O mesmo tema tem acalorado discussões entre psiquiatras e pedagogos, e até as forças armadas já treinam soldados para serem resilientes.

Jack Welch deve ter telefonado ou Freud mandado uma mensagem onírica para Hugo Chávez, porque para começar 2010 ele se esmerou em provar a capacidade dos Venezuelanos de “acumular energia quando exigidos ou submetidos a extrema pressão, voltando em seguida ao seu estado original, sem qualquer deformação, como um elástico.”

A última segunda-feira foi o dia em que o ano começaria na Venezuela, as escolas retomariam suas aulas, as férias coletivas acabariam nas empresas, partições públicas e comércio voltariam ao seu ritmo normal de trabalho. “Voltamos cheio de objetivos e planos para o novo ano”, dizia um comerciante de Caracas, “mas chegou a sexta-feira e parece que o ano ainda não começou!”

Três dias antes do “início do ano” Chávez anunciou a desvalorização do Bolívar,  e ainda por cima na própria segunda-feira deu início a um plano controverso de cortes massivos de energia por todo o país. Tudo parou! Hospitais e escolas suspenderam suas atividades, semáforos desligados colapsaram o trânsito e  empresas acabaram liberando seu pessoal pelos cortes de luz. Com a desvalorização, anunciada de supetão, importadores ficaram sem entender as regras novas, gerando desabastecimento de alimentos e remédios, e alguns comércios que possuíam estoques aumentaram seus preços e foram fechados pela Guarda Nacional Bolivariana.

O bom-humor caracteriza os Venezuelanos de maneira parecida a nós Brasileiros. As piadas mais ouvidas sobre a crise são: “Feliz 2011, porque 2010 ya lo cagaron!” e “La mejor salida para este país se llama aeropuerto!” Um suíço que vive há alguns anos em Caracas contava que admira esse bom-humor e não o vê como uma alienação ou fuga. Dizia que uma situação semelhante na Suíça ou na Alemanha lotaria os centros psiquiátricos, e que aqui a maneira de reagir é com bom humor e alegria porque a pesar de tudo a vida continua.

Na mesma semana os Haitianos também tiveram, de uma maneira muito mais grave, sua resiliência colocada à prova e tantas histórias tristes e catástrofes mobilizaram o mundo, e por um lado ajudaram os Venezuelanos a ver que seus problemas eram pequenos murinhos comparados ao paredão que desabou em Port-au-Prince.

O elástico esticou, esticou, esticou mas não rasgou!

Um comentário:

  1. Carica, o negócio e mesmo levar no bom humor... Até porque as demais alternativas não são lá muito boas!
    Abração!
    Daniel Vale

    ResponderExcluir