domingo, 27 de dezembro de 2009

Promessas de Ano Novo

Sai preguiça! Fica preguiça!

Quando é chegada a virada do ano sempre fazemos promessas, sempre pensamos em mudar alguma coisa em nossas vidas. As promessas típicas são emagrecer, fazer exercício e deixar de fumar, e essas normalmente nunca dão certo. Temos uma capacidade enorme de prometer e depois mesmo vestindo branco, saltando sete ondas e comendo romã elas terminam como começaram, como promessas.

Fiquei por uns momentos pensando no que iria prometer para o ano que vem. Fazer exercício foi de cara a mais urgente, seguida por telefonar mais para as pessoas que gosto e economizar mais uns trocados por mês. Achei em seguida que as três tinham por trás uma mesma causa: preguiça. Para simplificar então a lista de promessas, as três virariam uma só: xô preguiça!

A palavra preguiça veio do latim e como sabemos significa moleza, indolência e vadiagem. Um conhecido mamífero que habita nosso continente, por sua lentidão e 14 horas de sono diárias acabou ganhando o nome de Bicho-Preguiça, e esse animal estranho me fez entender um outro lado da preguiça...

O Bicho-Preguiça se alimenta somente de folhas e como esta alimentação proporciona pouca energia, seu corpo economiza em tudo: longas horas de descanso, movimentos lentos, digestão que dura quase um mês inteiro e baixas temperaturas corporais. A Preguiça é bem adaptada ao seu ambiente, e uma espécie bem sucedida na rigorosa seleção da natureza.

Pensando sobre o sucesso da Preguiça, voltei à minha promessa de ano novo e resolvi que não quero me livrar dessa malemolência, preciso sim saber regulá-la... Então a promessa será: vou usar melhor a preguiça em 2010!

Quando sentir preguiça para uma corrida no parque num dia de sol, xô preguiça! Quando sentir saudade de alguém e der preguiça de telefonar para dizer "Oi, tudo bem?", xô preguiça! Quando me der vontade de comer uma coisa e der aquela preguiça de supermercado, xô preguiça!

Mas...

Hoje em dia em um mundo em que tudo é produção e a velocidade é instantânea a preguiça não pode ser abandonada, ela é fundamental para manter a nossa espécie.

Quando sentir preguiça para ficar no sofá enroscado com a minha família e deixar aquele e-mail sem ser respondido por algumas horas, fica preguiça! Quando sentir preguiça para não fazer nada e deixar aquele livro de "Liderança" de lado, fica preguiça! Quando sentir preguiça para jogar conversa fora com os amigos na beira da piscina ao invés de ler o jornal de Domingo, fica preguiça!

2010 o ano da preguiça...

Feliz ano novo!

Um comentário:

  1. Já que o papo é de Ano Novo, FELIZ 2010 para TODOS,

    '2010, o ano que já acabou'
    Publicada em 07/01/2010 às 13h01m
    Artigo do leitor do GLOBO Rafael Moia Filho

    "Raramente a corrupção começa pelo povo" - Montesquieu

    Os anos terminados com números pares reservam ao povo brasileiro, de dois em dois anos, a possibilidade de votar numa eleição para prefeitos/vereadores ou para presidente/governadores/deputados estaduais e federais/senadores. De quatro em quatro anos, também em anos pares, uma dessas eleições majoritárias coincide com a realização da Copa do Mundo de Futebol.

    Pois em 2010 teremos eleições e Copa do Mundo, além de férias de 60 dias para os parlamentares e o carnaval. Isso, traduzido em dias, deveria somar apenas e tão somente 75 dias. Entretanto, no nosso país esses números são esticados e podem chegar facilmente a 300 dias.

    Ou seja, nossos parlamentares, desde a mais modesta Câmara até o Congresso Nacional, passando pelas assembléias legislativas, não vão fazer nada significativo em prol do país. Talvez se arrisquem a votar coisas de interesses próprios ou matérias favoráveis a grupos ou partidos, nada mais.

    Como sempre, o mês de janeiro é a estação nacional das férias de verão, tempo dos políticos se dedicarem às suas famílias em passeios pelo interior do Brasil e, na sua maioria, no exterior. Chega o mês de fevereiro e com ele o maior dos feriados do planeta: o carnaval. Impossível querer votar, discutir ou trabalhar em Brasília enquanto o país está paralisado em torno de afoxés, Filhos de Ghandi, desfiles na Sapucaí, trios elétricos, festas do Rio Grande do Sul até a Amazônia.

    Março, abril e maio são meses que antecedem a convocação, treinamentos e viagem da seleção brasileira para sua participação na Copa do Mundo de Futebol na África do Sul. As atenções do país estarão naturalmente voltadas para a disputa e normalmente em Brasília os deputados e senadores não conseguem votar nada. Além do mais, nesse mesmo período são fechadas todas as articulações para as candidaturas das eleições de outubro.

    De 11 de junho a 11 de julho o mundo masculino para ao redor do planeta. Fala-se de futebol, respira-se futebol e os deputados seguem a barca da alegria. Alguns parlamentares inclusive acompanharão a Copa de perto, a convite da CBF, do Ministério dos Esportes ou do governo Lula. O restante do mês de julho fica para completar as merecidas férias de meio de ano dos parlamentares, exauridos por um bocado de trabalho nesse começo de ano.

    Chega agosto, mês de cachorro louco, ventos fortes e começo das campanhas em rádios e televisões rumo às eleições nacionais. Esse período ultrapassa agosto, invade setembro e só termina em novembro, ao fim do provável segundo turno.

    E o ano está chegando ao seu final, dezembro é mês de recesso, descanso para os bravos parlamentares que pularam com ou sem abadás, suaram a camisa da seleção, buscaram votos e ainda tiveram de correr atrás de dinheiro para suas campanhas junto a banqueiros, usineiros, empreiteiros, lobistas. Agora, merecem um descanso ao final de tão árduo ano.

    Foi assim em 2006, 2002, 1998, 1994... e sempre será, pois aqui é Brasil.

    Este artigo foi escrito por um leitor do Globo.

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